Ler e escrever são duas actividades básicas em qualquer sociedade. Através das páginas dos livros ou dos mais avançados recursos de comunicação, a escrita é sempre uma forma de encontro entre pessoas, culturas e saberes.
Para nos falar sobre o lugar que a escrita e a leitura ocupam no nosso quotidiano, o Luso Fonias contou com a participação da Escritora Alice Vieira, que está a comemorar 30 anos de carreira.
Na opinião do P. Tony Neves:
«O Dia Mundial da alfabetização deve levar-nos longe. Antes de mais, acho urgente partir em direcção aos contextos onde a escola não funciona e, por isso mesmo, a alfabetização ainda é uma miragem para milhões de pessoas. Apostar na lógica de uma escola para todos constitui um dos pilares do desenvolvimento á escala do mundo e não é por acaso que um dos objectivos do milénio para o desenvolvimento passa por aí. Quero acreditar que todos os governos sérios do mundo apostam forte na educação. Sendo assim, com o apoio dos países mais ricos, a escola vai, em breve, chegar a todos, sem excepção e o mundo pode subir para um outro patamar de exigências no que à educação diz respeito. Assim, numa sociedade já alfabetizada há que ir mais longe e mais fundo. Não deixa de ser estranho que as pessoas que mais meios educativos têm sejam as que apresentam índices de gosto pela leitura mais baixos. Basta olhar para as novas gerações da Europa e América do Norte que quase não lêem, entretidas como andam nas internets e jogos de computadores. Dizer que ‘não lêem’ não corresponde bem à verdade, pois têm que ler e escrever nas redes sociais, nos mails, nas sms, as regras dos jogos... mas notícias, reportagens, romances, textos académicos ficam quase só destinados a quem tem obrigação de os ler. E isto, quer queiramos quer não, é um atentado á cultura. Muitos governos têm criado alguns mecanismos de incentivo á leitura, mas a criação do prazer de ler exige pedagogia e disciplina. A escola tem essa missão, embora as famílias não possam ser descartadas desta responsabilidade. As muitas feiras do livro provam que se publica muito, mas, excluindo os best sellers promovidos pelas máquinas publicitárias, não se investe muito dinheiro nestas obras de literatura. E, falta saber, se o que se compra é lido. O decréscimo das tiragens de jornais e revistas de qualidade tem sido acompanhado pela subida em flecha das edições on-line. Nada de preocupante se os conteúdos outrora impressos hoje circulassem on-line e fossem lidos nos écrans dos computadores. Em relação ás novas gerações, parece que o computador serve mais para entrar nas redes sociais do que para se formarem e informarem. Criar o prazer de ler constitui, assim, um grande desafio para os governos, para as Escolas e para as famílias. Convém não atrasar numa resposta que abra mais portas à educação e à cultura.»
Para nos falar sobre o lugar que a escrita e a leitura ocupam no nosso quotidiano, o Luso Fonias contou com a participação da Escritora Alice Vieira, que está a comemorar 30 anos de carreira.
Na opinião do P. Tony Neves:
«O Dia Mundial da alfabetização deve levar-nos longe. Antes de mais, acho urgente partir em direcção aos contextos onde a escola não funciona e, por isso mesmo, a alfabetização ainda é uma miragem para milhões de pessoas. Apostar na lógica de uma escola para todos constitui um dos pilares do desenvolvimento á escala do mundo e não é por acaso que um dos objectivos do milénio para o desenvolvimento passa por aí. Quero acreditar que todos os governos sérios do mundo apostam forte na educação. Sendo assim, com o apoio dos países mais ricos, a escola vai, em breve, chegar a todos, sem excepção e o mundo pode subir para um outro patamar de exigências no que à educação diz respeito. Assim, numa sociedade já alfabetizada há que ir mais longe e mais fundo. Não deixa de ser estranho que as pessoas que mais meios educativos têm sejam as que apresentam índices de gosto pela leitura mais baixos. Basta olhar para as novas gerações da Europa e América do Norte que quase não lêem, entretidas como andam nas internets e jogos de computadores. Dizer que ‘não lêem’ não corresponde bem à verdade, pois têm que ler e escrever nas redes sociais, nos mails, nas sms, as regras dos jogos... mas notícias, reportagens, romances, textos académicos ficam quase só destinados a quem tem obrigação de os ler. E isto, quer queiramos quer não, é um atentado á cultura. Muitos governos têm criado alguns mecanismos de incentivo á leitura, mas a criação do prazer de ler exige pedagogia e disciplina. A escola tem essa missão, embora as famílias não possam ser descartadas desta responsabilidade. As muitas feiras do livro provam que se publica muito, mas, excluindo os best sellers promovidos pelas máquinas publicitárias, não se investe muito dinheiro nestas obras de literatura. E, falta saber, se o que se compra é lido. O decréscimo das tiragens de jornais e revistas de qualidade tem sido acompanhado pela subida em flecha das edições on-line. Nada de preocupante se os conteúdos outrora impressos hoje circulassem on-line e fossem lidos nos écrans dos computadores. Em relação ás novas gerações, parece que o computador serve mais para entrar nas redes sociais do que para se formarem e informarem. Criar o prazer de ler constitui, assim, um grande desafio para os governos, para as Escolas e para as famílias. Convém não atrasar numa resposta que abra mais portas à educação e à cultura.»
Ouça este programa e os mais antigos na Telefonia
(menu do lado direito)
(menu do lado direito)
Sem comentários:
Enviar um comentário