O Luso Fonias de 21 de Novembro esteve à conversa sobre “O fenómeno religioso nos media”. Fomos procurar saber se há ou não espaço nos media para o religioso e qual a importância de formar jornalistas para o tratamento da informação religiosa, para que esta não seja abordada apenas por questões institucionais ou de conflito. Em estúdio esteve António Marujo, jornalista do jornal “Público”.
Na opinião do P. Tony Neves:
«'Notícia não é um cão morder num homem. É um homem morder num cão’ – assim se aprende nas escolas do jornalismo, para ficar claro que o normal, o habitual, o esperado não dá razões a nenhum jornalista para escrever uma notícia que ocupe muito espaço nas páginas de um jornal, num noticiário de rádio ou televisão, num site de internet. Ora, este princípio aplica-se em cheio ao mundo do Religioso nas suas relações com os media. Fala apenas de três situações que têm feito correr rios de tinta. Comecemos pela mais dura: houve alguns casos de membros da Igreja que foram envolvidos na teia da pedofilia. Abriram-se noticiários sem conta, escreveram-se páginas e mais páginas... como se de notícias religiosas se tratasse! Para qualquer receptor mais atento, estávamos perante um caso de tribunal, mas o facto de envolver figuras da Igreja, multiplicaram o efeito da atenção dada pelos receptores e, por consequência, obrigaram os emissores a gastar mais espaço.
Em Portugal, o escritor Nobel José Saramago, lembrou-se, do alto do seu anticlericalismo primário, de escrever um livro sobre ‘Caim’, mas, mais do que isso, aproveitar o lançamento da obra para insultar a Igreja, com palavras que mostravam uma intolerância extrema. Com isto, todos holofotes mediáticos apontaram para o livro e para o autor, abrindo quase que uma guerra religiosa, concluindo Saramago que só não foi queimado pela Igreja porque a inquisição já tinha fechado as portas. O resultado final foi que a venda dos livros disparou... e pouco mais. Mas também é verdade que a Bíblia foi mais referida nesses dias que no conjunto dos últimos 10 anos!
Para acabar, queria lembrar que os Bispos portugueses reuniram em Fátima, de 9 a 12 de Novembro. Como está aceso o debate sobre o casamento dos homossexuais, a comunicação social apareceu em peso, em Fátima...só para abordar este assunto. Tudo o que era importante na agenda dos Bispos, não pareceu ter qualquer interesse para os jornalistas. Só aquele tema fracturante.
Diante disto, que pode fazer a Igreja para ter mais vez e mais voz nos media? Não me parece haver respostas de catálogo, mas há que encontrar formas de provar ao mundo que o Evangelho é uma grande notícia, cheia de novidade e impacto social. Talvez nessa altura, o fenómeno religioso tenha, nos media, direito de cidadania.»
Na opinião do P. Tony Neves:
«'Notícia não é um cão morder num homem. É um homem morder num cão’ – assim se aprende nas escolas do jornalismo, para ficar claro que o normal, o habitual, o esperado não dá razões a nenhum jornalista para escrever uma notícia que ocupe muito espaço nas páginas de um jornal, num noticiário de rádio ou televisão, num site de internet. Ora, este princípio aplica-se em cheio ao mundo do Religioso nas suas relações com os media. Fala apenas de três situações que têm feito correr rios de tinta. Comecemos pela mais dura: houve alguns casos de membros da Igreja que foram envolvidos na teia da pedofilia. Abriram-se noticiários sem conta, escreveram-se páginas e mais páginas... como se de notícias religiosas se tratasse! Para qualquer receptor mais atento, estávamos perante um caso de tribunal, mas o facto de envolver figuras da Igreja, multiplicaram o efeito da atenção dada pelos receptores e, por consequência, obrigaram os emissores a gastar mais espaço.
Em Portugal, o escritor Nobel José Saramago, lembrou-se, do alto do seu anticlericalismo primário, de escrever um livro sobre ‘Caim’, mas, mais do que isso, aproveitar o lançamento da obra para insultar a Igreja, com palavras que mostravam uma intolerância extrema. Com isto, todos holofotes mediáticos apontaram para o livro e para o autor, abrindo quase que uma guerra religiosa, concluindo Saramago que só não foi queimado pela Igreja porque a inquisição já tinha fechado as portas. O resultado final foi que a venda dos livros disparou... e pouco mais. Mas também é verdade que a Bíblia foi mais referida nesses dias que no conjunto dos últimos 10 anos!
Para acabar, queria lembrar que os Bispos portugueses reuniram em Fátima, de 9 a 12 de Novembro. Como está aceso o debate sobre o casamento dos homossexuais, a comunicação social apareceu em peso, em Fátima...só para abordar este assunto. Tudo o que era importante na agenda dos Bispos, não pareceu ter qualquer interesse para os jornalistas. Só aquele tema fracturante.
Diante disto, que pode fazer a Igreja para ter mais vez e mais voz nos media? Não me parece haver respostas de catálogo, mas há que encontrar formas de provar ao mundo que o Evangelho é uma grande notícia, cheia de novidade e impacto social. Talvez nessa altura, o fenómeno religioso tenha, nos media, direito de cidadania.»
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