terça-feira, 3 de março de 2009

O drama do álcool

“O Drama do Álcool”foi o tema do Luso Fonias de 21 de Fevereiro.
Fala-se de drogas como a cocaína, heroína e até mesmo o tabaco, mas esquecemo-nos que o álcool também faz parte dessa lista de substâncias que causam um elevado grau de dependência.
O álcool é uma droga socialmente aceite cujo consumo tem vindo a aumentar nos últimos anos, consumo este que pode levar-nos a pensar que não tem Alcoólicos Anónimos de Portugalriscos, mas basta olharmos para os efeitos a curto e longo prazo para nos darmos conta da importância dos diversos problemas que produzem.
Não perca os testemunhos da Isabel e do João dos Alcoólicos Anónimos de Portugal, relatos impressionantes de um vício que é socialmente aceite mas que acarreta muitos riscos.

Na opinião do P. Tony Neves:
«Nas voltas que vou dando por esse mundo além, tenho verificado um dado curioso: seja nas montanhas dos índios no México, no planalto interior de Angola, no norte mais distante de Moçambique, junto aos braços de mar mais perdidos da Guiné-Bissau, nas roças mais abandonadas de S. Tomé e Príncipe, nas estepes do Zimbabwe... todos os grupos étnicos sabem fabricar bebidas alcoólicas. E mais: não há festa em que tais líquidos não sejam ingeridos e, regra geral, de forma exagerada, com as consequências que todos conhecemos. Para agravar a situação, há sempre uma franja da população que não precisa das festas para pretexto de ingestão alcoólica. Daí que o mundo esteja semeado de ébrios, uma situação desastrosa que afecta ricos e pobres, homens e mulheres e, por vezes, até adolescentes e crianças.
Regra geral, quando entra o álcool numa casa, a paz e a prosperidade saem pela janela. Ou seja, quem toma álcool em demasia desgraça a sua vida e complica a de quantos vivem próximos, a começar pelos familiares mais directos. E lá se vai o emprego, as poupanças, o equilíbrio de vida, os amigos... e tudo um bom copo de bebida alcoólica deita a perder, gerando desgraça atrás de desgraça, porque, como diz o nosso povo, uma desgraça nunca vem só.
Os tempos modernos, na sua relação com o álcool, não se caracterizam pela coerência. Porque, por um lado, há grandes medidas de combate ao alcoolismo, com regras na sua produção e na sua venda. Mas, por outro lado, a publicidade incentiva ao seu consumo, sobretudo entre as gerações mais jovens. É de fazer doer o coração ir, sexta-feira ou sábado à noite, aos locais onde se concentram os jovens, e ver a quantidade de bebidas alcoólicas que se ingerem. Triste é o cenário que se vê aos sábados e domingos de manhã, nestes mesmos locais, onde encontramos jovens completamente embriagados, depois de uma noite a beber e a dançar... partindo dali para uma ressaca que dura o resto do fim-de-semana...
Há famílias que se desgraçam quando o álcool invade a sua casa. Há tentativas muito sérias de regeneração de quantos entraram nas malhas do álcool. Há organizações, como a associação dos Alcoólicos Anónimos, que fazem alguns milagres. Há departamentos clínicos especializados. Mas há, sobretudo, um longo trabalho de sensibilização a realizar nas escolas e nas Igrejas. Há que investir na formação para o auto-controle, para que cada um e cada uma saibam até onde podem ir, até onde o corpo aguenta sem fazer mal. É um investimento que contraria o lobby da grande indústria alcoólica, mas defende as pessoas que, verdade seja dita, são o melhor do mundo.»

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