segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Lepra: ainda uma doença do século XXI

A 25 de Janeiro comemorou-se o Dia Mundial dos Leprosos, uma data que serviu para nos relembrar que a Lepra ainda é uma doença do século XXI. É uma doença já muito esquecida na Europa, mas ainda uma realidade nos países mais pobres.
O Luso Fonias de 31 de Janeiro focou a importância de nos unirmos no Sandra Figueiredocombate a esta doença, dando destaque ao trabalho dos voluntários, daquelas pessoas que dão um pouco de si para ajudar quem mais necessita.
Em estúdio esteve a Sandra Figueiredo e o Ricardo Leonardo, que foram voluntários em Moçambique pela APARF - Associação Portuguesa Amigos de Raoul Follereau. Uma entrevista a não perder!

Na opinião do P. Tony Neves:
«A celebração do Dia Mundial dos Leprosos, no último domingo de Janeiro, toca no mais fundo da consciência da humanidade. É que, todos o sabemos, a lepra só faz vítimas entre os pobres mais pobres. Na Europa, as pessoas que contraem hoje esta doença são raríssimas e o tratamento é fácil e eficiente quando iniciado logo que surgem os primeiros sinais. Mas, em áreas do mundo onde ainda manda a pobreza, há casos de lepra de bradar aos céus: pessoas que ficam deformadas no rosto, nas mãos, nos pés, porque a doença vai minando e ninguém ajuda a combatê-la, o que seria fácil e barato. Escusado será dizer que a falta de condições dignas de vida, de alimentação e de higiene é a grande causa da sobrevivência desta terrível praga entre os humanos.
Ricardo Leonardo Desde há muito tempo que o combate à lepra foi considerado uma causa maior pela Igreja. É conhecida a História do P. Damião que aceitou ir até à Ilha de Molokai, um espaço isolado onde eram atirados todos os leprosos. Ali morriam no mais cruel dos desesperos causados pelo abandono e pela falta de tudo. O P. Damião desembarcou ali, contra todas as indicações e conselhos, e lá partilhou o resto da vida com os leprosos, dando alento e ajudando a transformar esta Ilha da morte num espaço de vida e felicidade. Foi ali que ele morreu, também leproso. Bento XVI vai fazê-lo subir à honra dos altares ainda durante este ano.
Há numerosas associações que, pelo mundo fora, combatem a lepra e outras doenças que afectam as camadas mais vulneráveis das populações. Em Portugal, temos a Associação Portuguesa dos Amigos de Raoul Follereau (APARF) que, com este nome, presta homenagem a um homem que dedicou grande parte da sua vida à erradicação da lepra no mundo. Temos também a Associação Mãos Unidas Padre Damião que tem por padroeiro e inspirador o P. Damião de Molokai, de quem já falamos.
Ousar enfrentar e combater todas as lepras é um bom desafio para este início de ano. Mesmo que a crise abafe muitas vontades de sermos generosos, acreditemos na máxima de que é dando que se recebe. Assim fez Cristo, o mesmo tentou fazer S. Francisco de Assis. Que tal se tentássemos seguir estes modelos de fé, dedicação, humanidade e compromisso?»

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