quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Adultos rumo à escola

Após uma pausa para férias, o Luso Fonias regressou à antena no dia 20 de Setembro conduzido por Cristina Abranches de Almeida, a nova voz deste programa de encontro de vozes e culturas.
Para começar esta nova temporada fomos até à escola procurar saber o que está a ser feito na área da formação de adultos, já que a 8 de Setembro se celebra o Dia Internacional da Alfabetização.
Fala-se da importância da formação de adultos e da qualificação de profissionais, um dos objectivos estabelecidos pela União Europeia. Fala-se do reconhecimento e validação de competências que encaminhem os adultos para percursos de educação e formação, apresentando-se como “porta de entrada” para a qualificação de activos. No entanto, ainda há adultos perdidos nos percursos da alfabetização, sem saber que rumo tomar em direcção à escola.
Se já alguma vez pensou em retomar os estudos, em recuperar os anos perdidos e agarrar-se de novo aos livros para adquirir conhecimentos ou o reconhecimento das suas competências, não perca a entrevista ao Dr. José Alberto Leitão, Director do Departamento de Formação Profissional do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP). Uma conversa sobre as apostas de Portugal na qualificação de adultos.

Na opinião do Pe. Tony Neves:
«Estive em Angola, lá bem no interior do planalto central, durante todo o mês de Agosto. Foi um regresso comovido às gentes e às terras que me acolheram como jovem missionário há quase 20 anos. Verifiquei que a reconstrução das estruturas se vai fazendo com os milhões que entram nos cofres do Estado vindos do petróleo e dos diamantes. Mas também pude perceber que, no plano humano e humanitário, há ainda muito que fazer. A saúde está mal, o nível de vida das pessoas é, em geral, muito baixo e a educação está quase votada ao abandono no interior de um país que a guerra arrasou e onde ninguém teve Escola séria nos últimos 30 anos.
É verdade que, por toda a parte, se vêem edifícios novos ou refeitos onde consta o nome de ‘Escola’. Este investimento em tijolo e cimento é vital e um bom ponto de partida para o desenvolvimento do nível académico das populações. Também é verdade que o Estado angolano está a preparar professores e a pagar os salários a quem lecciona, fenómeno recente e de consequências positivas para a Educação. Mas os professores que hoje aceitam dar aulas nas escolas do interior, lá onde nem sequer têm uma casa digna para morar, não têm qualificações e não estão à altura das responsabilidades que o governo lhes confia. E em pior situação estão os adultos e jovens que cresceram durante a guerra civil, nunca foram á escola e habituaram-se a sobreviver com os esquemas gerados em tempo de caos. São milhares e milhares as pessoas analfabetas em Angola.
A luta sem tréguas contra o analfabetismo não pode ser uma opção: é uma obrigação do Estado, com o apoio das Igrejas e outras entidades que trabalham pelo bem-estar do povo. Investir na educação é perceber que o futuro se desenha nos bancos das Escolas, na abertura à cultura, na aposta em tecnologias.
Sonho que, como na Europa, os governos do mundo inteiro vão dar o seu melhor à Educação, tendo como meta mínima a escolaridade obrigatória e tentando aumentar o número dos que conseguem obter um título universitário. O futuro da humanidade está na educação e na cultura. Em todos os lugares. Para todas as idades.»

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