quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Moçambique precisa de ajuda internacional

É preciso que a Comunidade Internacional comece, desde já, a dar uma primeira ajuda às vítimas das cheias em Moçambique, pede o Arcebispo da Beira, D. Jaime Gonçalves.
A Beira é uma das zonas mais afectadas pelas inundações causadas pelas chuvas que desde Dezembro, atingem o país.
A zona centro do território é a que mais sofre e mais de 20 mil hectares de culturas são dados como perdidos.
O último balanço indica que as cheias já afectaram cerca de 56 mil pessoas, das quais 13 mil estão desalojadas, estando já em curso acções de ajuda para fazer face à situação.
As missões católicas estão acolher os desalojados e a dar apoio ao nível das necessidades mais elementares, como água e alimentos.
Em entrevista à Renascença, o Arcebispo da Beira elogia o trabalho desenvolvido no terreno pelo Governo, mas considera fundamental a ajuda externa, pois “o governo não consegue custear a assistência das pessoas”.
Através do Instituto Nacional de Gestão das Calamidades, o Governo tem antecipado “os problemas”, indica o D. Jaime Gonçalves, sendo possível através de barcos e mapas das zonas mais sensíveis salvar a população. “O registo de vítimas é inferior a acontecimentos anteriores semelhantes”.
No entanto, o Arcebispo da Beira afirma que a experiência indica que dentro de pouco tempo, mesmo os abrigos terão dificuldades em sustentar as pessoas.
“A comunidade internacional que já conhece a situação poderia já começar a preparar a sua parte, porque o nosso Governo, com certeza que vai contribuir e ajudar, mas não pode fazer tudo”, adianta.
A missão de Machanga encontra-se precisamente na margem do rio Saver, onde os religiosos dispõem de um internato que está a acolher muitas pessoas atingidas pelas cheias. Há outra missão também, no Buze que está a prestar semelhante auxílio.
O Governo moçambicano declarou o estado de emergência e as organizações internacionais manifestaram já a sua preocupação com o agravamento das condições atmosféricas adversas que estão a atingir o sul de África.
As Nações Unidas admitiram, entretanto, adoptar medidas urgentes para ajudar a população afectada na zona central.
Um alto responsável das Nações Unidas refere que a ONU está disponível para ajudar o Governo moçambicano, numa altura em que as águas em alguns lugares já atingem os seis metros de altura, transformando estas nas piores cheias desde os anos 2000 -2001 altura em que a subida do nível das águas fez 700 mortos.

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