quinta-feira, 11 de novembro de 2010

A Crise Económica

Desde 2007 que se fala na crise, que teve início nos Estados Unidos e rapidamente se espalhou à Europa. Da redução de actividade no sector imobiliário ao aumento do desemprego, várias foram as consequências deste fenómeno, ao qual os Governos tentam responder com cortes orçamentais e aumento de impostos. Mas esta fase pior da economia pode ser também um desafio a pensarmos novos padrões de consumo que não passem pelo endividamento excessivo. Para nos explicar os contornos da crise actual, o Luso Fonias conta com a participação de Carlos Almeida Andrade, economista-chefe do Banco Espírito Santo.

Na opinião do P. Tony Neves:
«Crise é uma espécie de palavra mágica, usada sempre que a vida não corre bem. É uma palavra que está na moda, ocupando largos espaços nos discursos dos políticos e nas bocas da comunicação social. Foi a 24 de Outubro de 2008 que o mundo inteiro viveu um pesadelo: a ‘sexta feira negra’, que marcou o início da Crise do Crédito, considerada pelos especialistas como a maior crise económica mundial desde a grande depressão do início do século XX. Dai para cá, nunca mais a economia do mundo se ergueu e os terríveis efeitos desta crise estão a vitimar sobretudo os mais pobres. Mas nem todos estão de braços cruzados. Recordo, por exemplo, que o Cardeal Patriarca de Lisboa, a 17 de Abril de 2009 convocou mais de duas centenas de sacerdotes e leigos das Instituições de Caridade, para lançar o Projecto ‘A Igreja Solidária’, que visava encontrar respostas concretas para a crise, potenciando todas as instituições da Igreja para que ninguém passasse sem as condições mínimas necessárias a uma vida digna. Este Projecto desenvolver-se-ia em três fases: 1ª fase: procurar que a ninguém falte o “pão para a boca”; 2ª fase: ajudar a criar postos de trabalho e “ocupação” para desempregados; 3ª fase: criar uma rede de equipamentos para pessoas idosas. D. José Policarpo, na conclusão da reunião, disse aos presentes que uma coisa a Igreja pode fazer bem feita: acolher as pessoas. O Simpósio ‘Reinventar a Solidariedade’, que juntou mais de mil pessoas na FIL, em Lisboa, a 15 de Maio de 2009, foi o pretexto para uma reflexão e partilha sobre as raízes da situação em que vivia Portugal (e o mundo) e a procura de caminhos novos que voltem a ‘inventar’ a solidariedade. Na hora de concluir, disse-se: A lógica de uma civilização do ‘ter’ tem de ceder o lugar a uma civilização do ‘ser’. Há que construir um novo modelo civilizacional onde a lógica não seja a da abundância, com os pobres a comer as migalhas que caem da mesa dos ricos. A actual crise é política, civilizacional, ética, moral e espiritual. Por isso, a solução não é económica. Há que, como disse o Cardeal Maradiaga, combater uma forma de estar no mundo onde a ganância coloca à margem da história muitas pessoas e está a produzir a exclusão. Um ano e meio depois, olhamos para o mundo e vemos que a crise se agudiza. É, por isso, urgente atacar as suas causas, para construirmos uma sociedade onde nos apeteça viver».

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