segunda-feira, 4 de outubro de 2010

A arte de ensinar

Ensinar é sempre um desafio. A responsabilidade de transmitir saberes e conhecimentos é desde há muitos séculos uma preocupação da humanidade. Existe todo um património que se deseja perpetuar mas existe também a necessidade de investigar novos saberes e descobrir novas matérias. Desde modo, o ensino é sempre uma janela aberta para novas oportunidades. Para nos falar sobre esta arte de ensinar no contexto mais geral da cooperação e do desenvolvimento, o Luso Fonias conta com a participação do Presidente do Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento, o Professor Manuel Correia.

Na opinião do P. Tony Neves:
«Tempos houve em que ser professor era algo que trazia muito prestígio. Lembrava o meu avô que, no tempo da sua infância, a terra tinha três pessoas importantes: o padre, o professor e o doutor. Os tempos mudaram muito de então para cá e ser professor hoje traz mais chatices que louros. Dos tempos em que a disciplina numa sala de aulas era sagrada e a obediência aos professores era intocável, chagamos a uma época em que crianças e jovens quase não obedecem a ninguém e alguns pais até vão questionar os professores quando estes quiserem impor alguma disciplina aos seus filhos. Isto para já não falar de alunos que exercem violência física sobre professores.... Mas no Dia Internacional do Professor não queria falar muito dos dramas que hoje se vive na escola. É bom olhar para o lado mais positivo e para o papel fundamental que a escola continua a exercer na sociedade. Há que investir ainda mais na formação dos professores que os leve a sentir-se em casa quando estão diante dos seus alunos. Bem formados, motivados, vocacionados para leccionar, os professores conseguirão melhor atrair a atenção dos mais jovens e fazer caminhada pedagógica com eles. Há um dado relativamente novo no panorama europeu do ensino superior que gostava de referir hoje: o programa Erasmus. Assim, durante o curso superior, há milhares de jovens europeus que deixam a sua universidade e o seu país e fazem um ano lectivo numa outra universidade e noutro país, com outros colegas e noutro contexto cultural. Há quem aproveite bem esta oportunidade para rasgar novos horizontes, conhecer novas pessoas e culturas, agarrar novos mercados de trabalho. A Educação tem de mudar: nos alunos e nos professores. Há que construir uma mentalidade académica baseada na convicção de que a Escola é decisiva para o futuro das pessoas e dos povos. Quando percebermos isto, tudo o resto se resolverá. Há que dignificar a Escola, em nome de uma educação humana integral».

Ouça este programa e os mais antigos na Telefonia (menu do lado direito)

Sem comentários: