segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Terrorismo e instabilidade nas relações internacionais

Nove anos após o atentado de 11 de Setembro em Nova Iorque, o Luso Fonias procura compreender melhor o impacto deste acontecimento no xadrez das relações internacionais. As alianças entre Estados no combate ao terrorismo e as medidas de segurança impostas para fazer face a um inimigo que pode aparecer quando menos se espera vão ser tema de conversa naquela que é a edição número 200 do Luso Fonias. Para nos falar sobre o terrorismo no quadro das relações internacionais, o Luso Fonias conta com o Prof. Carlos Gaspar, director do Instituto Português de Relações Internacionais.

Na opinião do P. Tony Neves:
«11 de Setembro fica para a história da humanidade como um dia de tragédia e de reflexão sobre a forma como as pessoas se relacionam e se respeitam…ou não. A destruição das Torres Gémeas de Nova Iorque representa uma destruição muito maior: a da confiança nas pessoas e nas instituições, a da segurança que o mundo percebeu que não existe mais. O mundo depois deste dia mudou muito. Sentimos isso quando viajamos de avião e nos investigam até à sola dos sapatos. Percebemos que os níveis de confiança estão em baixo. Compreendemos que estamos sempre sob suspeita de sermos um terrorista qualquer que chega armadilhado e manda tudo pelo ar. Atribuiu-se o atentado de Nova Iorque ao fundamentalismo islâmico e o mundo abriu guerra aberta a todos os fundamentalismos religiosos. Se calhar, a identificação do problema não foi bem feita. Há que ver as razões profundas dos terrorismos. A forma como o mundo se organiza, como os mais ricos arrasam a dignidade dos mais pobres poderá explicar melhor o aparecimento de grupos que, não tendo nada a perder, atacam os que têm tudo a ganhar. Combater o terrorismo implica um investimento grande no combate à pobreza e na defesa dos direitos humanos. Não faz sentido que o mundo continue a dividir-se entre os que têm mais barriga que jantar e os que têm mais jantar do que barriga, ou seja, entre ricos esbanjadores e pobres sem acesso aos bens essenciais.O diálogo com grupos terroristas é quase impossível. Pena foi que se tivessem reunido condições para que eles aparecessem. Agora já é tarde demais para fazer o que quer que seja. Mas o futuro estás todo em aberto: há que criar mecanismos de justiça social à escala do planeta que não dêem lugar a fanatismos e fundamentalismos. Assim o mundo poderá ser um espaço de fraternidade. Todos vamos ganhar com isso».

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