A emissão do Luso Fonias de 10 de Outubro foi dedicada ao diálogo, ao diálogo na diferença. Fomos procurar perceber como podemos promover a interculturalidade, o respeito e a aceitação mútua.
O Ano Europeu do Diálogo Intercultural, que se comemorou em 2008, teve como lema “Juntos na Diversidade”. E em 2009? O que mudou? Será que estamos cada vez mais juntos? Para esclarecer estas dúvidas esteve em estúdio o Director do Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural (ACIDI), o Dr. Bernardo Sousa.
Na opinião do P. Tony Neves:
«O diálogo é a arma dos fortes. Pensa-se, com frequência, que os grandes devem impor-se aos pequenos e, se não o fazem, estão a dar mostras de fragilidade. Nada mais absurdo! É verdadeiramente grande quem tem um olhar largo, quem vê mais longe e mais fundo. E esses percebem os seus limites e a riqueza que pode constituir a colaboração dos outros.
Hoje fala-se muito em diálogo. Se calhar, o grande problema é que se fala mas não se pratica o suficiente para que os resultados apareçam. Mas as experiências que se vão fazendo a este nível provam que é um caminho a seguir. Quando há uma guerra, a única solução é sentar-se á mesa e negociar a paz, na base das convicções comuns e da vontade de construir uma sociedade reconciliada. Quando as famílias não se entendem, há que reunir, analisar as razões das dificuldades e encontrar portas de saída para uma crise que pode conduzir a uma ruptura.
Também a nível político, o dialogar na diferença é um desafio a que convém responder com a prática. Um país só se constrói com a colaboração de todos os cidadãos. De mãos dadas e não de armas na mão. Assim, os partidos políticos têm a obrigação de apresentar os seus programas próprios, mas negociá-los com os adversários políticos, dando-se as mãos após a publicação dos resultados eleitorais. Só assim há democracia, só desta forma se ganha com a diferença de opiniões, perspectivas e projectos. Se cada um se refugia atrás da sua trincheira ideológica, quem sofre é o povo.
Passemos a outra dimensão onde o diálogo ganha contornos de altíssima importância: a Religião. Tempos houve em que cada comunidade religiosa se sentia senhora absoluta da verdade e, por isso, não havia qualquer espaço ao diálogo. De costas voltadas, todas as religiões de apresentavam ao povo como únicas e os seus líderes e fiéis estavam até dispostos a fazer guerra para impor a sua maneira de se relacionar com Deus. Ora, ninguém tem o exclusivo da relação com Deus e, por isso, a humildade é a única forma séria de estar na vida. Por isso, o ecumenismo e o diálogo inter-religioso ganharam direito de cidadania e apresentam-se hoje como as únicas formas aceitáveis de relação com deus e das religiões entre si. De mãos dadas, as Religiões comprometem-se a dar a sua colaboração decisiva na construção de um mundo novo, mais humano e mais fraterno. Assim, as diferenças se tornam riquezas e o diálogo ganha estatuto de ferramenta essencial na relação entre as pessoas e os povos.»
O Ano Europeu do Diálogo Intercultural, que se comemorou em 2008, teve como lema “Juntos na Diversidade”. E em 2009? O que mudou? Será que estamos cada vez mais juntos? Para esclarecer estas dúvidas esteve em estúdio o Director do Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural (ACIDI), o Dr. Bernardo Sousa.
Na opinião do P. Tony Neves:
«O diálogo é a arma dos fortes. Pensa-se, com frequência, que os grandes devem impor-se aos pequenos e, se não o fazem, estão a dar mostras de fragilidade. Nada mais absurdo! É verdadeiramente grande quem tem um olhar largo, quem vê mais longe e mais fundo. E esses percebem os seus limites e a riqueza que pode constituir a colaboração dos outros.
Hoje fala-se muito em diálogo. Se calhar, o grande problema é que se fala mas não se pratica o suficiente para que os resultados apareçam. Mas as experiências que se vão fazendo a este nível provam que é um caminho a seguir. Quando há uma guerra, a única solução é sentar-se á mesa e negociar a paz, na base das convicções comuns e da vontade de construir uma sociedade reconciliada. Quando as famílias não se entendem, há que reunir, analisar as razões das dificuldades e encontrar portas de saída para uma crise que pode conduzir a uma ruptura.
Também a nível político, o dialogar na diferença é um desafio a que convém responder com a prática. Um país só se constrói com a colaboração de todos os cidadãos. De mãos dadas e não de armas na mão. Assim, os partidos políticos têm a obrigação de apresentar os seus programas próprios, mas negociá-los com os adversários políticos, dando-se as mãos após a publicação dos resultados eleitorais. Só assim há democracia, só desta forma se ganha com a diferença de opiniões, perspectivas e projectos. Se cada um se refugia atrás da sua trincheira ideológica, quem sofre é o povo.
Passemos a outra dimensão onde o diálogo ganha contornos de altíssima importância: a Religião. Tempos houve em que cada comunidade religiosa se sentia senhora absoluta da verdade e, por isso, não havia qualquer espaço ao diálogo. De costas voltadas, todas as religiões de apresentavam ao povo como únicas e os seus líderes e fiéis estavam até dispostos a fazer guerra para impor a sua maneira de se relacionar com Deus. Ora, ninguém tem o exclusivo da relação com Deus e, por isso, a humildade é a única forma séria de estar na vida. Por isso, o ecumenismo e o diálogo inter-religioso ganharam direito de cidadania e apresentam-se hoje como as únicas formas aceitáveis de relação com deus e das religiões entre si. De mãos dadas, as Religiões comprometem-se a dar a sua colaboração decisiva na construção de um mundo novo, mais humano e mais fraterno. Assim, as diferenças se tornam riquezas e o diálogo ganha estatuto de ferramenta essencial na relação entre as pessoas e os povos.»
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