terça-feira, 9 de junho de 2009

Sangue: Dar pela Vida

Doutora Leonilde Outerelo
Nem sempre nos damos conta de pequenos gestos heróicos que passam despercebidos no meio da agitação da nossa sociedade. Dar sangue é um desses gestos; é um acto de cidadania que continua a salvar as vidas daqueles que mais carecem deste bem essencial para a vida humana. Na véspera do Dia Mundial do Dador de Sangue, o Luso Fonias procura perceber a importância deste gesto generoso que beneficia toda a comunidade humana. Para isso, contamos com a participação da Doutora Leonilde Outerelo, Médica do Centro Regional de Sangue de Lisboa.

Na opinião do P. Tony Neves:
«Nunca como hoje dar sangue ajuda a salvar vidas. Nos tempos que correm, com os avanços que a medicina registou nos últimos tempos, o sangue joga um papel decisivo. Ter ou não ter sangue disponível é, em muitas situações de risco, uma questão de vida ou de morte. Quase todas as intervenções cirúrgicas são acompanhadas de uma transfusão de sangue. Com o aumento significativo de acidentes provocado por choques ou despistes de viaturas automóveis na estrada e com a construção civil e a actividade industrial a provocar muitos acidentes de trabalho, quase tudo se tenta resolver com transfusões de sangue, para compensar as perdas ocorridas nos acidentes. Por isso, o apelo a que todos sejamos dadores é constante e dar sangue tornou-se um acto de humanismo e de solidariedade, muitas vezes com consequências directas para os próprios dadores. Por mentalidade comodista, somos tentados a só fazer aquilo que nos dá gosto ou traz resultados económicos ou afectivos imediatos. O sentido da solidariedade para com os outros nem sempre nos motiva a agir. Por isso, muita gente nunca deu sangue porque não quis ter o trabalho de ir até onde ele é recolhido. Ora, é urgente activar o nosso sentido de cidadania e responsabilidade social, pois muitas vidas (se calhar até a nossa) dependem destes gestos generosos de quem percebe que a vida e a felicidade dos outros também nos diz respeito. Celebrar o dia mundial do sangue é também um excelente pretexto para uma reflexão séria acerca do respeito que temos ou não pelo sangue e pela vida dos outros. A violência, as atitudes irresponsáveis ao volante, o desleixo nas condições de segurança no trabalho...tudo isto faz derramar sangue e é responsável por muitas vidas que se apagam. Dar sangue é uma obrigação cívica. Se ainda der tempo, saiamos de casa e vamos até ao centro de saúde mais próximo onde recolhem este líquido que nos corre nas veias e é responsável por ainda estarmos vivos e activos. Vale sempre a pena ser irmão».
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