terça-feira, 14 de abril de 2009

Educação para a Mudança

A educação é um factor fundamental para a mudança e para o desenvolvimento de qualquer sociedade. Na Guiné-Bissau, a Fundação Evangelização e Culturas bem como outras Organizações Não Governamentais para o Desenvolvimento em parceria com diversos organismos estatais portugueses e guineenses, têm desenvolvido diversos projectos no âmbito da educação com vista a promover um desenvolvimento justo e sustentável.
O Luso Fonias desta semana contou com o apoio da Rádio Sol Mansi da Guiné-Bissau que entrevistou o Dr. Huco Monteiro, ex-Ministro da Educação da Guiné-Bissau e actual membro da equipa de avaliação do impacto da Cooperação Portuguesa na área da educação, e a Irmã Beti, responsável pelas escolas de auto-gestão do Oio nas quais a Fundação Evangelização e Culturas teve uma intervenção directa.

Na opinião do P. Tony Neves:
A educação parece estar em crise. E nem sequer parece ser um problema localizado. É geral, porque a globalização a tanto obriga. Assim, por onde quer que passeemos os olhos, sobretudo nos sites da Internet, verificamos que as lutas estudantis, as greves dos professores, as queixas dos encarregados de educação vão acontecendo um pouco por todo o mundo como sinal claro de que algo anda mal no mundo da educação.
Há mudanças importantes a fazer. Antes de mais, é urgente voltar a valorizar as humanidades. Tempos houve em que estudar filosofia, literatura, história era fundamental para uma formação académica superior. Pouco a pouco, o lado prático da vida impôs-se e, com esta mentalidade, optou-se por investir em áreas que davam acesso directo a empregos bem pagos. O caso mais claro é o das informáticas que, com umas pitadinhas de matemática e muita tecnologia à mistura, atingiam o objectivo de bem manipular com os computadores e, desta forma, garantir salários chorudos e a convicção de ajudar a mudar o mundo sem compreender as pessoas, a sua vocação e a sua missão de construtores de uma terra marcada pela justiça e pela realização das pessoas que a povoam.
A Escola parece não estar hoje á altura de uma instituição que deveria formar técnicos e cidadãos. A transmissão clássica dos saberes, num tempo marcado por muita informação e pouco conhecimento processado, torna-se, para a Escola, missão quase impossível. Algo tem que mudar e depressa. Quando as instituições não respondem, é preciso ter a coragem de analisar bem as questões e encontrar caminhos que lhes dê respostas. A educação mantém-se um desafio enorme para o mundo de hoje. Não parece apontar caminhos de futuro uma escola que apenas debita informação, esquecendo a dimensão humanista. O mundo parece farto do bombardeamento de notícias e dados que, não sendo processados, aumentam o stress mas não melhoram a humanidade.
Mudar é urgente. Há que repensar a escola, em todas as etapas. Há que ajudar as instituições clássicas a reequacionar o seu papel social. A Educação tem de continuar a exercer a sua missão altíssima de ajudar a construir cultura, ciência e cidadania. Uma escola que não passe por aqui não é um valor acrescentado á humanidade.
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