quarta-feira, 8 de abril de 2009

Como travar a tuberculose?

A 24 de Março comemorou-se o Dia Mundial da Tuberculose, uma celebração que pretendeu sensibilizar a população, a nível mundial, para uma doença que apesar de já ter tratamento ainda continua a causar a morte de vários milhões de pessoas por ano, principalmente nos países mais pobres.
Foi o tema da "tuberculose" que serviu de mote ao Luso Fonias de 4 de Abril, onde pudemos contar com a presença do Dr. Teles de Araújo, da Associação Nacional de Tuberculose e Doenças Respiratórias

Na opinião do P. Tony Neves:
A tuberculose continua a ser, por esse mundo além, uma doença que nos envergonha. Como a malária, por exemplo. Devíamos, como humanos, cobrir a cara de vergonha porque, na maioria dos casos, a tuberculose não devia matar. Mas são milhares, todos os dias, as vítimas desta doença. A razão principal está na pobreza das pessoas que a contraem e que não têm meios para a combater. E morrem. E transmitam-na. E a pobreza degenera em miséria. E nós cruzamos os braços, sem fazer nada, ou quase. Resignámo-nos. Achamos que tem que ser. E ela continua a avançar e a fazer vítimas nas fileiras das populações mais excluídas.
Acompanhou o mundo todo a polémica levantada pela afirmação de Bento XVI de que a mera distribuição de preservativos ás mãos cheias não resolvia o problema da Sida. E quase todos esfolaram vivo o papa por ter estas afirmações consideradas atentado à vida. Nessa altura, perguntei onde andavam essas multinacionais dos preservativos e esses ministérios da saúde do norte e do sul, de mãos dadas no combate à sida e que se esqueciam de que há doenças mais mortais e mais fatais, como, por exemplo, a tuberculose e a malária, que quase ninguém ousa combater porque não são doenças ideológicas nem de ricos. Todos os que andamos pelos interiores pobres de África sabemos que o único problema é a pobreza. Os outros (e são graves) derivam desta. Por isso, não há que dar curvas se queremos atalhar bem os problemas e encontrar soluções à altura dos dramas que eles provocam.
Combater a tuberculose é uma questão delicada mas não uma missão impossível. Há que ajudar as pessoas a proteger-se com uma alimentação sadia e algumas condições de vida. Depois, se a doença vier, há que ter à mão os medicamentos adequados a este combate que, no Hemisfério Norte têm tido um alto índice de sucesso. Aqui também há mortos por tuberculose, mas, regra geral, atinge as camadas mais pobres e marginalizadas das populações. Ou então, vitima os que deixam a doença avançar demais, por incúria ou convicção de que ‘vai passar’.
A luta por mais e melhor saúde no mundo não pode ser ideológica nem interesseira. Temos que nos dar as mãos para que a tuberculose e outras doenças dos pobres sejam erradicadas. A todo o preço e a bem de todos.»

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