segunda-feira, 16 de março de 2009

Dar: Um Amor Maior

Quando falamos de dar, não nos referimos necessariamente a bens materiais, falamos de pequenos gestos que nos aquecem o coração, o coração de quem dá e o de quem recebe.
Esta acção de "dar" que serviu de mote ao Luso Fonias de 14 de Março, significa na maior parte das vezes um trabalho voluntário, livre e desinteressado, de Eugénio Fonsecaalguém que quer dar um pouco de si, do seu tempo, a quem mais necessita.
Para nos falar deste tema, esteve na nossa companhia o Professor Eugénio Fonseca, Presidente da Cáritas Portuguesa e da Confederação Portuguesa do Voluntariado.

Na opinião do P. Tony Neves:
«O ‘dar de graça’, uma das imagens de marca do Evangelho, continua a ter simpatizantes e seguidores. Uma das formas mais radicais expressa-se no Voluntariado Missionário que, para além da gratuidade da experiência, exige distância das raízes, da família, dos amigos, da segurança construída ao longo dos anos. Mas vale a pena – dizem quantos passam por ele e por ele são profundamente marcados.
Partilho dois exemplos que são recentes: a Joana Pedro, Engenheira do Ambiente, acaba de regressar do norte de Moçambique, onde viveu um ano de Missão; a Céline Marques, licenciada em Serviço Social, regressou há pouco da Guiné-Bissau onde trabalhou um ano em Bafatá. Os seus testemunhos falam alto do que lhes vai na alma.
Escreveu a Joana: ‘Cresci muito. Não foi tanto com o fazer que cresci, mas sim com o estar. Por isso, fiz muita coisa, mas sobretudo estive:
Estive no meio de um povo, o povo macua, que do nada faz tudo, com uma generosidade imensa e com um sorriso constante no rosto. Estive no meio de um povo onde os batuques ditam o ritmo e a genuidade de cada um impera.
Estive no meio de um equipa missionária que me acolheu com um espontaneidade e uma alegria indescritíveis. Estive no meio de uma equipa missionária que me ensinou outra forma de encontrar Deus. Estive onde sinto que Deus me quis. E espero continuar agora a seguir o Seu caminho, certa de que este ano que passei me fará andar mais forte e com mais confiança
’.
A Céline partilhou, á chegada: ‘Muita gente pergunta: porquê? Porquê partir se temos tanto para fazer cá? Porquê partir se a vida está tão má, se a crise é tão grande? Porquê? Porque Deus quer que partamos, Deus precisa de nós noutro lugar, porque talvez lá precisem mais de nós do que aqui, não que aqui não haja problemas, mas porque o nosso sorriso e as nossas mãos farão mais lá do que cá; porque outros foram já chamados e destinados a trabalhar por cá; porque talvez precisemos de ver, viver e trabalhar noutra realidade para aprender a relativizar, aprender outra forma de lidar com os problemas, aprender a ver mais além do que estamos habituados, porque o mundo não é só o sítio onde vivemos, há muito para lá das “fronteiras” de cada um’.»

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