domingo, 23 de novembro de 2008

Quando a discriminação nos bate à porta

O Luso Fonias de 8 de Novembro dedicou a sua emissão ao tema da discriminação, focando-se particularmente nas questões relacionadas com a etnia cigana e convivência entre culturas.
Francisco Monteiro Num dos editoriais do jornal A Caravana, o Frei Francisco Sales Diniz salienta que: «A convivência entre pessoas com a mesma base cultural é, por vezes difícil, porque o ser humano, por si só, já é complicado. (…) Nós, os católicos, acreditamos que Deus não faz distinção de pessoas; em Deus não há cigano ou africano, russo ou chinês, negro ou branco, todos são filhos de Deus, com igual dignidade, criados à imagem e semelhança de Deus».
Não perca a entrevista ao Dr. Francisco Monteiro, Director Executivo da Obra Nacional da Pastoral dos Ciganos.

Na opinião do Pe. Tony Neves:
«Discriminação é uma palavra que todos condenamos, mas é uma atitude que todos cometemos, de uma forma mais directa ou mais camuflada.
Felizmente, á medida que as sociedades se organizam e reflectem as suas maneiras de ser e estar na vida, facilmente aparecem reflexões sobre o que é aceitável ou não, em termos de comportamento. E uma reflexão ética obriga a fazer listas de posturas e atitudes que desrespeitam os outros. Claro está que as ideias e atitudes que façam acepção de pessoas têm de ser reprovadas porque são geradoras de discriminação. Uma sociedade que faça mal a gestão do respeito pelas diferenças aceitáveis torna-se perigosa porque legitima a exclusão e faz com que haja cidadãos de primeira e de segunda, uns com direitos e outros sem eles.
A discriminação racial é, talvez, a mais terrível e a que, ao longo da história, mais injustiças gerou. Talvez as eleições americanas tenham ajudado a dar um passo decisivo para o respeito das pessoas, independentemente das origens, da raça e da cor.
A discriminação joga sempre no mesmo campeonato do preconceito. Ora, quando discriminamos as pessoas logo criamos preconceitos que erguem barreiras e nos afastam cada vez mais delas. Como que colocamos um carimbo na testa que as põem na lista das pessoas que não merecem respeito nem credibilidade. E assim marginalizamos, reduzimos a humanidade, esmagamos a dignidade.
As lutas contra toda e qualquer forma de discriminação tornam-se, por tudo quanto já disse, uma questão de vida ou de morte. Sociedades que assentam na injustiça não têm futuro. Há que investir na educação, no respeito pelos valores de uma cidadania responsável. Tudo o que puder ser feito em nome de uma sociedade humana e fraterna, onde todos se sintam com os mesmos direitos e deveres, é excelente. A celebração, a 10 de Dezembro, dos 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos pode ser um óptimo pretexto para falar da igualdade entre todos, para bem de todos.»

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